sábado, 15 de setembro de 2012

Mudança

Uma fragilidade tão grande.

Seus pequenos e finos fios de cabelo, seus olhos delicados e meigos, sua voz cheia de ternura e doçura. Todos queriam ter a felicidade que aparentava ter, todos a invejavam de ponto à ponto.

Mas sua dor não aparentava ser tão imensa a partir do amor. O amor que parecia ser tão grande desabando pelos seus pés eram a simples imagem de um desastre natural que acontecia com seu órgão de bombeamento tão pequeno e frágil.

Não aguentava ouvir tantas besteiras, ver tantas figuras de imagem. Não compreendia, queria evitar, porém não conseguia.

Era doce, frágil, humilde, delicada.

Ninguém via seu interior, ninguém via o que realmente era, ninguém a entendia.

Tudo muda, e ela mudou.

Não pra pior, mas pra mais frágil ainda.

Virou eterna, virou um sonho, virou uma lembrança, virou uma só. Virou foto sobre a estante, virou ruína, museu.

De tão boa que era, foi para outro mundo, foi para a luz que já existia dentro dela. Ninguém acreditava que tamanha lindeza podia fazer tamanha desgraça.

Se foi.


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