quarta-feira, 16 de maio de 2018

Às vezes

O dia-a-dia é irônico: composto de metáforas e dono de metonímias.

Talvez não seja eu tão recíproca ao ponto de avaliá-lo como figuras, às vezes cheio de sinceridades.

Às vezes não quero ouvir, às vezes não quero falar; ou só ouvir, ou só falar. Às vezes me sinto na obrigação de avisar, às vezes uma árvore observadora sou. Às vezes a música me deixa levar pelo ritmo, às vezes a letra é responsável por meus movimentos basculantes, somente. Outras vezes estou pra miojo, a maioria delas é com nojo. Às vezes me vejo bem, outras, não me vejo.

E como é triste não se ver, como é triste não relembrar sonhos e apenas viver em pesadelos descontentes e obrigatórios; talvez seja assim o passar de décadas: maior avanço, maior piora.

E chora. Como chora. Coma e chora. Simples. Século XXI, certo?

Certo.

Pressupostos, encontros, desencontros, despedidas - às vezes, nem passagens breves.

Sair cedo. Chegar tarde. Não assistir, só ver. Não estar. Perceber. Adoecer. Não imaginar. Imaginar demais. Refletir. Beber. Comer. Chorar. Estudar. Estudar. Ser alguém. Ser ninguém. Ser quem quiser ser. Fracassar. Melhorar. Mudar. Piorar. Mudar. Cansar. Comer. Correr. Atrasar. Cansar. Cansar. Cansar.

Perder-se.

Às vezes, sempre.

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